segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Marília (formatura Jardim B)


Um anjo trouxe do céu, um outro anjinho pra nós,
Os seus pais, os seus avós, que vêem nessa criança,
Toda a força e esperança de um futuro brilhante,
No dia lindo, importante, dos festejos de formatura
Dessa amada criatura, que acompanhamos de perto,
Desejando o caminho certo para a busca da cultura.

Demos graças ao bom Deus, por sua extrema bondade,
Ao encher de felicidade os corações da família,
Quando nos deu a Marília, criaturinha tão doce,
Aquela que um anjo trouxe, por orientação divina,
Nossa querida menina que hoje tem seu diploma,
O primeiro de uma soma que haverá de ser rotina.

Rogamos ao Pai Celeste, antes que o assunto fuja,
Como dois avós corujas, dessa e das outras netas,
Lhes indique as linhas retas que as levará ao sucesso,
Iluminando o progresso, na bondade e no carinho,
Sem arestas, sem espinhos, para a concórdia e a paz,
Pois, sempre nos satisfaz, o verdadeiro caminho.


Beijos do vovô e da vovó

A.L.Oliveira/dez/2005

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Boas Festas e Feliz Ano-Novo



Boas Festas, com carinho
Às cunhadas, aos sobrinhos
Aos amigos e familiares
Rogando a Deus que aprove
No final de dois mil e nove
Seus desejos particulares

E que meus amados irmãos
Companheiros de profissão
Nesse belo e nobre ofício
De fazer fossos aos Vícios
E castelos às Virtudes
Participem na plenitude
Dos festejos de alegria
Com muita paz e harmonia
E a mais perfeita saúde

Que logo em dois mil e dez
No Ano-Novo Iniciante
O nosso Grande Arquiteto
Sábio Mestre, comandante
Reserve a nós, ajudantes
Com Seu amor e afeto
A planta de bons projetos
Pra alguma obra importante


Feliz 2010.

A.L.Oliveira/natal/2009
.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

53º Rancho do Radioamador Gaúcho

Agradecimento

Meus sinceros agradecimentos aos prezados amigos, colegas e familiares, pelas inúmeras mensagens de incentivo que tenho recebido procedentes de várias localidades do estado e do país.
De modo especial, quero agradecer às pessoas que me deram a honra de inscreverem-se como seguidoras deste modesto blog, conforme se vê na página inicial. Ali estão os nomes das queridas Ione Ramos de Oliveira, artista plástica, e, Viviane Balau, poeta e editora do Jornal Mundo Mágico da Poesia, além de Flávio Walker da Silva e Fada do Mar Suave, que não os conheço pessoalmente.
Obrigado a todos os visitantes que já somam quase 900 acessos em pouco mais de dois meses de efetiva publicação, segundo relatório de verificação do Sitemeter (www.sitemeter.com).
Prosseguindo ainda na divulgação do assunto referente aos ranchos de radioamadores gaúchos, transcrevo a seguir um singelo trabalho feito em 2005, sobre a realização da festividade em Novo Hamburgo, acontecida no mês de novembro do mesmo ano.



53º RANCHO DO RADIOAMADOR GAÚCHO

Pra reunir a moçada chamamos “geral quarenta”
Ou então “CQ oitenta”, até chegar noutra banda
Só pra ver aonde anda a turma de operadores
Colegas, radioamadores, amigos e companheiros,
Nacionais ou estrangeiros, que ainda dedicam amor,
Prestigiam, dão valor, a seus velhos transmissores.

A procura continua em qualquer ponto da faixa
Seja alta, seja baixa, nas variadas freqüências
E com alguma paciência, se encontrará um “coruja”
Antes mesmo que ele fuja, pra explorar o espectro,
Lá nos quinze ou vinte metros, dificultando a ação,
E levando de antemão, algum tempo de lambuja.

Grande parte teve origem na faixa do cidadão
Onde, em minha opinião, surgem boas amizades,
Diante da proximidade, que une os interessados,
Geralmente dedicados à prestação de serviço
Cujo maior compromisso, levado como bandeira,
É a descontraída maneira daqueles comunicados.

Acontece aqui no Rio Grande uma festa anual
Cujo tema principal é congregar toda a classe
E propiciar o enlace entre as diversas culturas,
Pois reúne criaturas de procedências distantes,
Mas todas simpatizantes dessa causa meritória,
Que motiva a trajetória das mais ilustres figuras.

Ano passado, Erechim, foi a sede da festança
Indicando a liderança a Novo Hamburgo, que agora,
Logo, logo, sem demora, convoca os operadores,
Que farão os bastidores do tão esperado encontro,
Só considerado pronto, quando nova “coleguinha”
For coroada rainha, de todos radioamadores.

Neste ano é uma cidade, de ascendência alemã
A belíssima anfitriã, desse congresso de amigos;
Portanto, conto contigo, na Capital dos Calçados,
Sendo todos convidados, os colegas, os “cristais”,
E outros, eventuais, que tenham, de preferência,
O “vírus radiofreqüência”, deveras inoculado.


Antonio Luiz de Oliveira – abr/2005







sexta-feira, 20 de novembro de 2009

52º Rancho do Radioamador Gaúcho

Rancho do Radioamador
Trata-se de festividade realizada anualmente no Rio Grande do Sul, congregando operadores do radioamadorismo e familiares, não só gaúchos e brasileiros de outros estados, como também, muitos colegas provenientes de países vizinhos, com os quais são mantidos contatos regulares por radiocomunicação.
É uma festividade muito bonita, ocupando sempre um final de semana, quando são organizadas várias atividades sociais de congraçamento entre os aficionados e simpatizantes desse maravilhoso “hobby”, tais como, passeios, jantares, bailes, palestras e debates sobre assuntos de interesse da classe, exposição de novidades tecnológicas, feira de troca-troca de equipamentos, exames para ingresso e promoção de classe, etc.
O encerramento dessas reuniões culmina com a eleição de uma das colegas presentes, geralmente a esposa do organizador (se licenciada oficialmente como operadora), sendo dali para frente a Rainha dos Radioamadores, até a próxima festa.
Nessa ocasião também é sorteada a cidade onde será feita a próxima edição, bem como escolhido o nome de um dos colegas lá residentes, o qual ficará encarregado do evento.
O primeiro desses encontros aconteceu em 1948, na cidade de Tupanciretã, e, o último, em 2009, 57ª edição, na cidade de Bagé. O próximo, em 2010, será realizado em São Gabriel.
O 52º Rancho ocorreu na cidade de Erechim, em 2004, sob a presidência do competente colega PY3LC-Nery Danese, acompanhado da esposa Rosane – PY3EU.
Na época, elaborei os versos transcritos abaixo, na tentativa de descrever alguma coisa da cidade anfitriã, a título de divulgação do convite de forma diferenciada.

52º RANCHO DO RADIOAMADOR GAÚCHO

Colegas sejam bem-vindos à cidade de Erechim,
Um grande e belo jardim plantado ao norte do Estado,
Deixem o estresse de lado, e, fiquem bem à vontade,
Pra respirar o ar puro, pois ali mora o futuro,
Esbanjando prosperidade.

Pra quem sai da Capital, e atravessa Passo Fundo,
Vai avistar novo mundo que aos poucos se descortina,
Descobrindo em cada colina, coberta de soja e trigo,
Uma amostra da fartura que tem sua agricultura
Para mostrar aos amigos

Há indústrias ervateiras de primeira qualidade
Permitindo que a cidade faça até exportação
E tome o bom chimarrão da seiva verde mais pura
Cevado em cuia nativa, da maneira primitiva,
Conforme manda a cultura

Na produção de cereais, já foi mesmo o pioneiro,
Sendo do trigo o primeiro, com o nome de capital;
Hoje, é pólo industrial, do mais extenso valor,
Pois do seu parque fabril saem produtos pro Brasil,
E, também, para o exterior.

Toda a pujança do povo decorre de várias raças
Que chegaram a essa praça, vindas de vários países,
E ali fincaram raízes com a força do próprio braço
Provando pros descendentes de que os fortes e valentes
Acham sempre o bom espaço

Foram tantas as etnias que ultrapassaram oceanos,
Sendo muitos italianos, alemães e portugueses,
Espanhóis, também franceses, que junto dos brasileiros,
Poloneses e judeus, bem longe deixaram os seus,
E ali chegaram primeiro

Centro que aglutina o povo de uma imensa região
Desenvolve a educação e o comércio em geral,
Tem intensa vida social que congrega a comunidade,
E, seu progresso visível, é notado em qualquer nível,
De que se olhar a cidade

A despedida é cruel no final de qualquer festa
Quando apenas o que resta são abraços fraternais
Aos colegas, aos “cristais”, sejam louras ou morenas;
Levem nossa “cartolina", e, até um “dobrar de esquina”
Ou, novo “cruzar de antenas”

Antonio Luiz de Oliveira/set/2004

Obs:
Cristal(componente essencial do rádio) = esposa, companheira
Cartolina = cartão comprobatório do contato (QSL) via rádio
Dobrar de esquina = encontro casual
Cruzar de antenas = contato estabelecido




sábado, 14 de novembro de 2009

Porto Alegre dos Casais

Herrmann Wendroth: Porto Alegre vista das ilhas do Guaíba, 1852


Capital do meu Rio Grande, mui leal e valorosa
Jóia rara, majestosa, com destaque entre as demais,
Já foi Porto dos Casais, conforme seus fundadores,
Que, saindo dos Açores, navegaram muitas milhas,
Conduzindo suas famílias, desde a pátria Portugal,
Pra serem deste local os primeiros moradores (1752).

Madre de Deus de Porto Alegre, a primeira Freguesia,
Desmembrada da Prelazia situada em Viamão (1772),
De onde vieram, então, os comandos principais,
Conforme dizem os anais cadastrados na memória
Que traz a saga da história do começo da cidade,
E, leva à posteridade, os feitos dos ancestrais.

Veio a ser a principal, tanto grande quanto bela,
Tal e qual uma donzela, prenda faceira e bonita
Tem seu vestido de chita, bordado da cor lilás
Da flor dos jacarandás, que as avenidas e praças
Ostentam com tanta graça, carinho e dignidade,
Mostrando a fraternidade, o aconchego e a paz.

Emociona os poetas como também os pintores
Ao perceberem os fulgores de cada novo arrebol
Quando o belo pôr-do-sol, que parece uma miragem,
Vem compor uma imagem, realmente de verdade,
Trazendo à realidade, a cor, num tom jamais visto,
Não havendo outro registro de semelhante paisagem.

Já foi palco, no passado, de escaramuças, disputas,
Enquanto assistiu as lutas de gaúchos legendários
Obrigando os adversários a dobrarem os espinhaços
Diante do calor do aço, desses bravos farroupilhas,
Que abriam novas trilhas nos caminhos da liberdade,
Mostrando contrariedade aos desejos totalitários.

Este singelo apanhado que consta desta mensagem
Representa uma homenagem que faço com humildade,
Pelas oportunidades, com que fui agraciado,
Pois, além do aprendizado, deu-me carinho e suporte,
Pra ter hoje como norte, gravado na consciência,
O dever de reverência a essa terra abençoada.

Antonio Luiz de Oliveira – mar/2005

sábado, 7 de novembro de 2009

Rua Eva, 7087/Itanhaém/SP

Ao ensejo do Dia do Radioamador Brasileiro, transcorrido recentemente, temos a satisfação de cumprimentar os prezados colegas, levando nosso fraterno abraço a todos os praticantes desse “hobby” reconhecido de utilidade pública.
A atividade foi regulamentada pelo Decreto nº. 16.657, publicado no Diário Oficial da União, de 05.11.1924, atendendo à representação da Academia Brasileira de Ciências, que atestava a existência das estações destinadas a tal finalidade no país.
A propósito, estamos publicando abaixo um modesto trabalho elaborado em jul/2006, em homenagem à querida colega PY2DHP, Elza Cobra de Moraes, uma das mais conhecidas e atuantes radioamadoras do Brasil, que, operando na freqüência de 7.087 mHz, de segunda a sábado, diretamente da cidade de Itanhaém, litoral paulista, coordena a rodada RUA (Rodada Unindo Amigos), das 9 às 11,30 hrs e a rodada EVA (Encontro dos Verdadeiros Amigos) das 14 às 16,30 hrs, ambas de abrangência nacional, dependendo das condições de propagação.

RUA EVA, 7.087, Itanhaém/SP

Bom dia, minha colega,
Como é bom falar contigo,
E, saber que continuas,
Passeando com teus amigos,
Numa imaginária R U A, (*)
Desse fabuloso mundo.

E, mais tarde, num segundo,
Quando incorporas a E V A, (**)
É você mesma quem leva,
Outro abraço, verdadeiro.

Agora, ao país inteiro,
Saudando, de Sul a Norte,
Aqueles que tenham a sorte,
De encontrá-la na freqüência.

Onde mora a competência,
De uma ilustre comandante,
Muito alegre, perspicaz,
Que consegue ser capaz,
Na sua faina constante,
De levar amor e paz,
A cada amigo distante.

Com certeza, a Elza, Cobra, (***)
E, isso não é maldade,
Nem, tampouco, desfavor;
Pois, tu “cobras”, na verdade,
O carinho, a amizade,
De qualquer radioamador.



A.L.Oliveira/PY3AL /jul/2006

* = Rodada Unindo Amigos
** = Encontro dos Verdadeiros Amigos
*** = Elza Cobra de Moraes – PY2DHP - (perdão, pelo trocadilho)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Livraria a Céu Aberto



Frequento a Feira do Livro desde a primeira edição
E assisto, com emoção, seu crescimento e sucesso
Resultante do progresso e da cultura de um povo
Que mostra o que há de novo a cada ano que passa
Sempre ali, na mesma praça, onde teve o seu início
Modesta, com sacrifício, mas, hoje cheia de glórias
Foi inserida na história, como evento tradicional
Orgulhando a Capital, que a viu nascer, florescer,
Viu expandir-se e crescer em quantidade e beleza
Coroada, com certeza, do prestígio nacional.

No começo eram barracas montadas por editores
Reunindo os escritores, especialmente gaúchos
Num ambiente sem luxo, repleto de jornalistas
De poetas, de contistas, e outros menos votados
Sendo todos igualados, aos leitores, aos amigos
Tanto novos como antigos que aproveitam o evento
Pra levar um lançamento recém saído das prensas
Com ofertas, diferenças, nos preços, nas cortesias
No desconto das livrarias, além do gáudio do autor
Que vê em cada leitor, o melhor das recompensas.

Grandiosa festividade de entusiasmo e cultura
Onde passam criaturas de diversas procedências
Algumas com referências, por seus feitos literários
Professores, funcionários, doutores ou estudantes
Mas, todas elas amantes de novos conhecimentos
Envolvidas no movimento, que há mais de 50 anos
Vem subindo soberano, com fama e repercussão
Em rádio ou televisão, sem falar na mídia impressa
Geralmente onde começa, por dever de afinidade
A primeira publicidade em torno da exposição.







Velho Largo da Quitanda, em plena festa de cores
Traz o perfume das flores dos frondosos jacarandás
E, o canto dos sabiás, que enche o ar de alegria
Relembrando a poesia e a grande figura humana
Do saudoso Mario Quintana, que continua na feira
No balcão, nas prateleiras, e, no meio dos visitantes
Pois, sendo eterno feirante, que um dia já foi patrono
Ganhou merecido trono bem ao lado de Drummond
Cantores do mesmo tom, e, amigos particulares,
Dois poetas luminares, degraus acima dos bons.



A.L.Oliveira/out/2006

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Primavera


Vem chegando a Primavera com toda a sua beleza,
E, as forças da natureza em explosões multicores,
Vão abrindo suas flores para enfeitar nosso mundo
Envolto em sono profundo durante o frio do Inverno,
Despertando agora fraterno e todo cheio de amores,
Pra receber os odores de um tempo novo e fecundo.

Aqueles que vêem a vida num plano de melhor jeito
Não conseguem pôr defeito onde está a Sabedoria,
Que nos mostra todo dia sua Força, com sutileza;
Faz do feio uma Beleza, abrindo novos caminhos,
E, onde se viam espinhos, no momento, há uma flor,
Alertando pro valor da crença na natureza.

Tudo é vestido de verde no reino dos vegetais,
As folhas brilham demais, envolvendo novo fruto,
Que será outro produto na riqueza da colheita,
Programada pra ser feita já na estação futura,
Quando a fruta está madura querendo cair do pé,
Reforçando nossa fé numa Entidade Perfeita.

Mudanças também ocorrem no mundo dos animais,
Para menos, para mais, tudo na mesma seqüência,
Até mudam de aparência, pra buscar acasalamento,
Pois é chegado o momento de procriar novamente,
Quando o instinto é ciente da grande oportunidade,
De haver continuidade sem qualquer açodamento.

O bicho-homem, soberbo, se a memória não me falha,
Às vezes muito atrapalha e, com tristeza, confesso,
Pois em nome do progresso, numa atitude funesta,
Destrói a própria floresta ao lançar seus desafios,
Quando assoreia os rios, faz queimadas, usa veneno,
Polui a água e o terreno, e, ainda ri do que resta.

Se acaso houvesse concurso, pra atribuir uma nota,
Sem aparentar chacota, e, nem fosse uma pilhéria,
A indicação mais séria, merecida, justa e sincera,
Como prêmio à Primavera, seria um dez, eu espero,
Reservando nota zero, e, mais alguns desfavores,
Pra todos poluidores da terra e da atmosfera.


Antonio Luiz de Oliveira/nov/2004

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais
saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem
possua jardim para recebê-la”. Cecília Meireles,
poeta carioca."

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mui Amigo

Tão suave e delicado
Como vinho fabricado
Somente de boa uva,
Empresta seu guarda-chuva
Quando há sol no horizonte,
E, nenhum sinal que aponte,
Nem mesmo o anoitecer;
Mas, às vezes, nos revolta,
Querendo tomar de volta,
Se mal começa a chover.

Desenvolto, competente,
Parece viver contente
Fazendo aquilo que adora,
Ao cobrar juros de mora
Sem descuidar-se um segundo,
Pois, dedica amor profundo,
Semelhante ao matrimonial,
A todo e qualquer momento
Das fases de crescimento,
Do chamado “vil metal”.

Faz parte da própria “raça”,
O não dar nada de graça,
Nem boa tarde, nem bom dia,
Contrariando a filosofia,
Dos senhores e senhoras,
Pois, cobra até pelas horas,
Se acaso for perguntado;
Mas, “sensível” como luva,
Oferece seu “guarda-chuva”,
Se o tempo não for nublado.

Rezemos, depois, irmão,
Antes da devolução,
Que nosso contrato exige,
Implorando a Santa Edwiges,
Protetora de endividados:
Faça a nuvem se mover,
Pra que não volte a chover,
Ao menos por estes lados.

A.L.Oliveira/jul/2007

“Banqueiro é um sujeito que nos
empresta um guarda-chuva quando
faz sol e o pede de volta quando
começa a chover”. Mark Twain


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Radioaficionado

Eu sou “munheca de pau”* desde o século passado,
Quando iniciei licenciado, na “ faixa do cidadão”,
E, depois, num empurrão, galguei um degrau a mais,
Fazendo provas formais pra acessar outras faixas,
Tanto nas freqüências baixas como naquelas do topo,
Conforme era o escopo pra transmitir meus sinais.

Com certeza, meus colegas, digo isso com respeito,
E até estufo meu peito, pra lhes contar esse início,
Pois, tenho ainda resquícios daquelas boas maneiras,
Aprendidas nas fileiras dos que operam os onze metros,
E se referem ao espectro como se fosse o mais nobre,
Pois é lá que se descobre a vocação verdadeira.

Assimilei os deveres, aos poucos, e, ao natural,
Alguns, de ordem legal, e, cumprimento obrigatório,
Quando o rol comprobatório pra completa habilitação,
Exigia a comprovação de associado labreano,
Pra conseguir-se, de plano, e, de modo definitivo,
O sonhado indicativo e a licença da estação.

Os compromissos sociais também eram observados,
Naqueles comunicados, de interesse e importância,
Onde a própria relevância atestava a necessidade,
Pois, havendo calamidade, lá estava o radioamador,
Um soldado de valor, armado com seu “canhão”,
Atendendo à convocação em favor da sociedade.

Hoje em dia, me parece, a coisa é mais liberal,
Pois, com a isenção total, do dever associativo,
Vem o fator negativo que mais prejudica a classe,
Diante de um certo impasse evidente e conclusivo,
Que, salvo melhor juízo, enfraquece a união,
Levando a associação, aos poucos, pro desenlace.

São tantas as novidades, que chegaram pra ficar,
Hoje, além do celular, um “brinquedo” de telefone,
Que, contrário ao microfone, dispensa propagação,
É seguro, sempre à mão, com seu tempo de vedete,
Trouxe junto a Internet, e, outras modalidades,
Com reais facilidades para a comunicação.

* = gíria aplicável ao operador inexperiente.


PY3AL- Antonio Luiz de Oliveira/nov/2004




terça-feira, 29 de setembro de 2009

Felícia, Parabéns

Primavera, bem me lembro,
trouxe pra nós em setembro,
um presente de primeira,
que brotou em forma de flor
num “ramo de oliveira”.

Desse jardim, pioneira,
a conquistar nosso amor
e se tornar o xodó.

Do vovô e da vovó,
que hoje trazem um abraço,
feito com régua e compasso,
a guisa de perfeição,
e entregam com emoção,
àquela que bem merece,
no dia em que enobrece
seu nível de educação.

Parabéns, querida Fê,
hoje abraçamos você,
num coral, em consonância.

Junto ao pai, à mãe, à Constância,
ao Lourenço, Amaro, Marília,
aos tios, e, toda a família,
que te ama de verdade,
e, quer que a felicidade,
te acompanhe, por justiça;
estão, também, outros primos,
igualmente nossos mimos,
o Augusto, a Lúcia, a Clarissa.

Que esta nova conquista,
coroada de sucesso,
traga a marca do progresso
e seja o ponto inicial,
na trilha profissional,
que escolheste querida.

Rogamos ao Onipotente,
esteja sempre presente,
aos atos de tua vida.

Beijos do vovô e da vovó - A.L.Oliveira/mai/2006
(para a querida neta Felícia por ocasião de sua formatura na UFSC)


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Nostalgia


Bom dia caro colega
Vamos falar de saudade,
Lembrando a fraternidade
Que unia os radioamadores,
Incansáveis operadores
De microfones e antenas;
Coisas de suma importância
Pra fazer com que as distâncias
Pareçam sempre pequenas.

Lastimo que nossa classe,
Antes aguerrida e forte,
Caminhe agora sem norte,
Dispersa, desagregada,
O que foi serviço ou esporte,
Não representa mais nada,
Pois hoje os radioamadores,
São esparsos batalhadores,
Entregues à própria sorte.

Instrumento reconhecido,
De vanguarda e utilidade,
Serviu ao campo, à cidade,
Com garra, com altruísmo,
Sem qualquer temeridade,
Sendo o radioamadorismo,
Tal e qual como um soldado,
O primeiro a ser convocado,
Em meio à calamidade.

Mas hoje é obsoleto,
Pelo avanço da ciência,
Só restando reminiscências,
Das pesquisas mais diversas,
E as “complicadas” conversas,
Que ocupavam as freqüências,
Hoje dão o seu lugar,
A internet, o echolink, o celular,
Que não aceitam experiências.

Sou associado da Labre,
Há bem mais de vinte anos,
Tive acertos, desenganos,
Sem abandonar o ” fronte”,
Pois, errar é dos humanos,
Segundo afirma uma fonte,
Embora a desesperança,
Tome conta dessa andança,
Sem rumo e sem horizonte.

A.L.Oliveira – PY3AL – abr/2006







quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Bençãos Eletrônicas

Parabéns, radioamador
Que recém foi licenciado
Para mandar seu recado
Sem levantar da cadeira
Talvez, pra cidade inteira
O que já tem importância
Mas, conforme a propagação,
Fazer, também, transmissão
Até pra longa distância.

Seja bem-vindo à classe
Venha ocupar seu espaço
E receber nosso abraço
Mais um pequeno recado
Pois, mesmo capacitado
No uso do equipamento
Vá devagar, com paciência,
Escute bem a freqüência
Procure o melhor momento.

Antigamente o novato
Por certo, com ceticismo
Era alvo de um batismo
Praxe quase obrigatória
Com direito à oratória
De cada participante
Onde padrinhos, madrinhas,
Vinham cantar ladainhas
Saudando o principiante.

Momento muito especial,
De festa e fraternidade
Visava a “solenidade”
Dar boas-vindas ao parceiro
E torná-lo bom companheiro
Com brincadeira e respeito
Ficando claro ao sujeito
Algo sério, que era a tônica
Quando o casal de padrinhos
Transmitia, com carinho
Suas “bênçãos eletrônicas”.

A.L.Oliveira - PY3AL - abr/2006

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Padre Landell de Moura

Surgiu em data distante (1861)
Em Porto Alegre, no centro
O homem que no momento
Passa a ser o personagem
A quem dedico a mensagem
Que pretendo apresentar
Na esperança de mostrar
A grandeza de seus feitos
E, também, alguns defeitos
Se porventura encontrar.

Dona Sara Marianna Landell
E, Inácio Ferreira Moura
São as fontes geradoras
Desse garotão esperto
Cujo nome de Roberto
Conforme foi registrado
Veio a ser sacramentado
Também em nossa cidade
Aos dois anos de idade (1863)
Na pia do batizado.

Herdou dos pais, com certeza
Alguns traços definidos
Foi menino extrovertido
Sempre atento às novidades;
Fez o curso de Humanidades (1872/77)
E, seguiu pro Rio de Janeiro
Como estudante e caixeiro
Até que o próprio destino
Quem sabe, um sopro Divino
Veio mudar-lhe o roteiro.

Matriculou-se em Roma
Por indicação da fé (1878)
Sendo perto da Santa Sé
Que estudou Filosofia
E, também, Teologia,
Indispensáveis ao mote
De se tornar sacerdote (1886)
Sem descuidar dos inventos
Um de seus grandes intentos
Desde quando rapazote.

Tinha o gênio desinquieto
De um padre itinerante
Parava só um instante (1887/900)
Em suas várias mudanças
Sendo muitas as andanças
De Porto Alegre a Santana (SP)
Campinas, Santos, Uruguaiana
Como vigário e professor
Cientista e pesquisador
Dedicado à vida humana.

Roberto Landell de Moura
Teve até fama de santo
Havendo alguém, entretanto
Que o considerava “bruxo”
Por afrontar os gaúchos
Com idéias avançadas
E reprimendas ousadas
Ao exigir que as “beatas”
Se mostrassem mais sensatas
Especialmente as casadas.

Os sermões que ele pregava
Calavam fundo na alma
Talvez escritos com a calma
De quem falava com Deus;
Pois, hoje, os cadernos seus
Guardam parte da doutrina
Que essa mente cristalina
Produziu por tantos anos
Ensinando aos paroquianos
A mais cristã disciplina.

A versatilidade do gênio
É clara, não se ignora
Por certo, Nossa Senhora
Deu-lhe amparo e proteção
Quando até a televisão (1904)
Que ninguém falava dela
Mas, ele, “enxergava” a tela
Com detalhes importantes
Mais de vinte anos antes
De abrir-se a grande “janela”.

Em cada lugar que andasse
Despertava curiosidade
Face à extrema habilidade
De lidar com coisa estranha
Sendo várias as façanhas
No campo do Espiritismo
E, também do Hipnotismo
Onde fez experimentos
No seu tempo, “divertimento”
Impróprio ao catolicismo.

Com cabeça prodigiosa
Sempre cheia de projetos
Catava alguns objetos
Pros engenhos que montava
Ou então os fabricava
Em serões artesanais
Recolhendo os materiais
Como foram imaginados
Sem esquecer os cuidados
Das funções sacerdotais.

Resultou de seu trabalho
Para nosso maior gáudio
A grande invenção do rádio (1893)
Do qual é pai, é razão
Pois qualquer comunicação
Por onda hertziana
Lembra o padre e nos ufana
Muito embora seu rival (Marconi)
Pelo descaso oficial
Tenha ficado com a fama.

Fez a grande prova no ar (1899)
Da transmissão à distância
Com a devida relevância
Que o fato em si requeria
Demonstrando a telefonia
Sem o uso de algum fio
Sendo esse um desafio
Reconhecido na imprensa
Que lhe deu a recompensa
Num merecido elogio. (1900)

O ensaio foi divulgado
E, por muita gente visto
Mas só teve oficial registro
Depois de grande labuta
Ao enfrentar nova luta
Na forma de seu perfil
Pra conseguir no Brasil (1901)
A patente do aparato
Que transmitia de fato
Algum som, mesmo sutil.

Nosso ilustre conterrâneo
Que é gaúcho e brasileiro
É o patrono verdadeiro
Dos que amam seus inventos
E propagam aos quatro ventos
Com orgulho e com louvor
Que um bom radioamador
Serve sempre à sociedade
Por sua livre vontade
Sem nunca esperar favor.

Finalmente reconhecido
Depois de alguns desenganos
Recebeu dos americanos
Três patentes de inventor (1904)
Atestando que o transmissor
E o telefone sem fio
São obras do seu feitio
Que se somam à primazia
De fazer da telegrafia
Um complemento do trio.

Perdão, ilustre pastor,
Pela simplória abordagem,
Que a título de homenagem,
Quis colocar no papel,
Mas, foi tarefa cruel,
Diante da vossa estatura;
Pois, confesso, com lisura,
E com todo meu respeito,
Que pra alcançar seus feitos,
Preciso ter mais altura.

Antonio Luiz de Oliveira/out/2004
py3al@ig.com.br

Obs: estes versos tem por base a obra “Brasileiro, Gaúcho, Um Gênio Diferente: Landell de Moura”, escrita pelo radioamador – PY3 IDR – Ivan Dorneles Rodrigues, apaixonado pesquisador e estudioso da vida e obra desse notável religioso, cientista e inventor, chamado ROBERTO LANDELL DE MOURA.

Data Venia e coisa e tal...

Dia desses assistimos
Passar na televisão
Um verdadeiro arrastão
Que acabou com a premissa
De que a excelsa justiça
Resguarda sempre os direitos;
Data vênia (*), meus doutores
Foram grandes oradores
Mas nem justos nem perfeitos

Data vênia, meus senhores
Foi um funéreo momento
Que vimos com desalento
Durante uma tarde inteira
Quando uma classe ordeira
De velhos e aposentados
Viu enterrar-se o preceito
Que assegurava um direito
Há anos já consagrado

Estavam todos de preto
A roupa que mais convinha
P’ra rezarem a ladainha
Naquele triste velório
Que cassou um ilusório
E petrificado mandamento;
Mas ainda há o perigo
De mandarem outro castigo
Basta chegar o momento

Entre nós aposentados
Tem gente que ainda acha
Que pra criar uma taxa
Tem de haver finalidade
E também necessidade
De uma contraprestação;
Talvez agora o Estado
Vá ficar encarregado
De financiar o caixão

Cadê o ato jurídico
Que se chamava perfeito
Teria sido mal feito
Por quem lhes antecedeu
E que ao final concedeu
O que consideram abuso?
Será que o tal de respeito
Aos princípios do direito
Já está fora de uso?

Data vênia, meus senhores
E a tal coisa julgada?
Que já era “transitada”
E se dizia “imexível”;
Vejam só que coisa horrível
Ela já não mais perdura;
Como o amor em desavença
Parece que uma sentença
Só é boa enquanto dura

Data vênia, meus senhores
E o direito adquirido?
Que resultou suprimido
Na chamada “carta maior”
Que agora tornou menor
Os proventos ajustados?
Será mesmo que brincaram
Quando a tal carta aprovaram
Os senhores deputados?

Onde anda a cláusula pétrea
Nossa grande segurança?
Não merece mais confiança
Pela falta de firmeza
Quando já foi a certeza
Do negócio contratado;
Tem razão o que define
Ser a clàusula tão firme
Como palanque em banhado

Não há mais o que chorar
O leite está derramado
Coitado do aposentado
Que deu sua mocidade
Em favor da sociedade
Caiu mesmo num buraco;
Agora é se conformar
E, data vênia, enfiar
Sua viola no saco

(*) É um jargão respeitoso
Usado em qualquer instância
P’ra introduzir discordância
Numa discussão forense
Onde até o amanuense
Aplica com precisão;
Mas enfim, só resta agora
Rezar p’ra Nossa Senhora
E implorar proteção

Antonio Luiz de Oliveira/ago/2004

(Julgamento que cassou o direito de isenção da
contribuição previdenciária que tinham os aposentados)

sábado, 12 de setembro de 2009

A Dama da Noite

Certa feita, gente amiga, tive uma noite de cão
Não havia posição em que o sono conciliasse
Ficando assim nesse impasse até perder o sossego
Ao perceber o achego de uma dama que nos pagos
Só sabe fazer afagos a quem esteja estressado
E já espere deitado, pra receber seu chamego.

Muita gente bem conhece a tal moça debochada
Que na alta madrugada resolve mexer com alguém
E ainda fazer desdém, daquele pobre coitado
Que porventura, sorteado, receba bem a teimosa
Pois ela, mui silenciosa, sem pressa ou acanhamento,
Vai direto ao pensamento, pra lhe deixar tresnoitado.

Realmente são marcantes os sinais de seu abraço
Restando baita cansaço, pro parceiro, no outro dia,
Mal-estar, muita fobia, mau humor e abstração
Em nada presta atenção, e tem lapsos de memória,
Juntamente com a história da gigantesca fadiga
Lembrança da rapariga a quem deu tanta atenção.

Os olhos congestionados, depois da dita peleia
Parecem cheios de areia e teimam fechar sozinhos,
Carecendo algum carinho pra se manterem abertos
Até que surja, por perto, uma cama meio a jeito
Pra socorrer o sujeito, cuja vontade, eu abono
É só encontrar o sono, perdido em lugar incerto.

Uma vez até que passa, mas duas já é bastante
É dose “pra elefante” o que sobra do entrevero
Pois sem dizer exagero, são danos consideráveis,
E talvez, inaceitáveis, quando vêm repetitivos
Por se tornarem atrativos pra outras anomalias
Que moram nas cercanias, de defesas vulneráveis.

Eis apenas o “milagre”, sem falar o nome da “santa”
Na verdade aquela “anta”, que chega sem cerimônia
É chamada de insônia, e tenta, com insistência
Tomar conta da paciência, de qualquer desavisado
Que não tenha o cuidado e nem o discernimento
De buscar atendimento, no médico e na ciência.

Antonio Luiz de Oliveira – mar/2005