sábado, 14 de novembro de 2009

Porto Alegre dos Casais

Herrmann Wendroth: Porto Alegre vista das ilhas do Guaíba, 1852


Capital do meu Rio Grande, mui leal e valorosa
Jóia rara, majestosa, com destaque entre as demais,
Já foi Porto dos Casais, conforme seus fundadores,
Que, saindo dos Açores, navegaram muitas milhas,
Conduzindo suas famílias, desde a pátria Portugal,
Pra serem deste local os primeiros moradores (1752).

Madre de Deus de Porto Alegre, a primeira Freguesia,
Desmembrada da Prelazia situada em Viamão (1772),
De onde vieram, então, os comandos principais,
Conforme dizem os anais cadastrados na memória
Que traz a saga da história do começo da cidade,
E, leva à posteridade, os feitos dos ancestrais.

Veio a ser a principal, tanto grande quanto bela,
Tal e qual uma donzela, prenda faceira e bonita
Tem seu vestido de chita, bordado da cor lilás
Da flor dos jacarandás, que as avenidas e praças
Ostentam com tanta graça, carinho e dignidade,
Mostrando a fraternidade, o aconchego e a paz.

Emociona os poetas como também os pintores
Ao perceberem os fulgores de cada novo arrebol
Quando o belo pôr-do-sol, que parece uma miragem,
Vem compor uma imagem, realmente de verdade,
Trazendo à realidade, a cor, num tom jamais visto,
Não havendo outro registro de semelhante paisagem.

Já foi palco, no passado, de escaramuças, disputas,
Enquanto assistiu as lutas de gaúchos legendários
Obrigando os adversários a dobrarem os espinhaços
Diante do calor do aço, desses bravos farroupilhas,
Que abriam novas trilhas nos caminhos da liberdade,
Mostrando contrariedade aos desejos totalitários.

Este singelo apanhado que consta desta mensagem
Representa uma homenagem que faço com humildade,
Pelas oportunidades, com que fui agraciado,
Pois, além do aprendizado, deu-me carinho e suporte,
Pra ter hoje como norte, gravado na consciência,
O dever de reverência a essa terra abençoada.

Antonio Luiz de Oliveira – mar/2005

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