sábado, 12 de setembro de 2009

A Dama da Noite

Certa feita, gente amiga, tive uma noite de cão
Não havia posição em que o sono conciliasse
Ficando assim nesse impasse até perder o sossego
Ao perceber o achego de uma dama que nos pagos
Só sabe fazer afagos a quem esteja estressado
E já espere deitado, pra receber seu chamego.

Muita gente bem conhece a tal moça debochada
Que na alta madrugada resolve mexer com alguém
E ainda fazer desdém, daquele pobre coitado
Que porventura, sorteado, receba bem a teimosa
Pois ela, mui silenciosa, sem pressa ou acanhamento,
Vai direto ao pensamento, pra lhe deixar tresnoitado.

Realmente são marcantes os sinais de seu abraço
Restando baita cansaço, pro parceiro, no outro dia,
Mal-estar, muita fobia, mau humor e abstração
Em nada presta atenção, e tem lapsos de memória,
Juntamente com a história da gigantesca fadiga
Lembrança da rapariga a quem deu tanta atenção.

Os olhos congestionados, depois da dita peleia
Parecem cheios de areia e teimam fechar sozinhos,
Carecendo algum carinho pra se manterem abertos
Até que surja, por perto, uma cama meio a jeito
Pra socorrer o sujeito, cuja vontade, eu abono
É só encontrar o sono, perdido em lugar incerto.

Uma vez até que passa, mas duas já é bastante
É dose “pra elefante” o que sobra do entrevero
Pois sem dizer exagero, são danos consideráveis,
E talvez, inaceitáveis, quando vêm repetitivos
Por se tornarem atrativos pra outras anomalias
Que moram nas cercanias, de defesas vulneráveis.

Eis apenas o “milagre”, sem falar o nome da “santa”
Na verdade aquela “anta”, que chega sem cerimônia
É chamada de insônia, e tenta, com insistência
Tomar conta da paciência, de qualquer desavisado
Que não tenha o cuidado e nem o discernimento
De buscar atendimento, no médico e na ciência.

Antonio Luiz de Oliveira – mar/2005

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