sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Radioaficionado

Eu sou “munheca de pau”* desde o século passado,
Quando iniciei licenciado, na “ faixa do cidadão”,
E, depois, num empurrão, galguei um degrau a mais,
Fazendo provas formais pra acessar outras faixas,
Tanto nas freqüências baixas como naquelas do topo,
Conforme era o escopo pra transmitir meus sinais.

Com certeza, meus colegas, digo isso com respeito,
E até estufo meu peito, pra lhes contar esse início,
Pois, tenho ainda resquícios daquelas boas maneiras,
Aprendidas nas fileiras dos que operam os onze metros,
E se referem ao espectro como se fosse o mais nobre,
Pois é lá que se descobre a vocação verdadeira.

Assimilei os deveres, aos poucos, e, ao natural,
Alguns, de ordem legal, e, cumprimento obrigatório,
Quando o rol comprobatório pra completa habilitação,
Exigia a comprovação de associado labreano,
Pra conseguir-se, de plano, e, de modo definitivo,
O sonhado indicativo e a licença da estação.

Os compromissos sociais também eram observados,
Naqueles comunicados, de interesse e importância,
Onde a própria relevância atestava a necessidade,
Pois, havendo calamidade, lá estava o radioamador,
Um soldado de valor, armado com seu “canhão”,
Atendendo à convocação em favor da sociedade.

Hoje em dia, me parece, a coisa é mais liberal,
Pois, com a isenção total, do dever associativo,
Vem o fator negativo que mais prejudica a classe,
Diante de um certo impasse evidente e conclusivo,
Que, salvo melhor juízo, enfraquece a união,
Levando a associação, aos poucos, pro desenlace.

São tantas as novidades, que chegaram pra ficar,
Hoje, além do celular, um “brinquedo” de telefone,
Que, contrário ao microfone, dispensa propagação,
É seguro, sempre à mão, com seu tempo de vedete,
Trouxe junto a Internet, e, outras modalidades,
Com reais facilidades para a comunicação.

* = gíria aplicável ao operador inexperiente.


PY3AL- Antonio Luiz de Oliveira/nov/2004




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