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Fui criado em liberdade
Como vento em campo aberto
Sem nenhum doutor por perto
Nem remédios, nem receitas
Ou qualquer prova a ser feita
Numa eventual doença
Quase sempre havendo cura
Só com chá ou benzedura
Conforme mandava a crença
As infusões eram feitas
Com as ervas da natureza
Milagrosas, com certeza
Nos males de pouco porte
Quando o sujeito, com sorte
Sarava em menos de mês
Só com a fé na eficácia
Fazendo com que a farmácia
Perdesse mais um freguês
Recordo de minha avó
Benzendo pra mau olhado
Catapora, nervo quebrado
E outras anomalias
E, as palavras que proferia
Com firmeza e devoção:
"Te corto cobreiro brabo
Separo cabeça e rabo"(*)
Na forma da tradição
À vovó Maria Antônia
Minha singela homenagem
Na transcrição da mensagem
Guardada como lembrança
Respeitando essa cultura
Que mantém as benzeduras
Com seu próprio linguajar:
“Cobreiro eu te benzo e tu hás de sarar
Com este galhinho da Virgem Maria
Pedindo que ela não deixe cruzar
Cobreiro de aranha, de sapo te benzo
E a Virgem Maria te há de curar”
A.L.Oliveira/jun/2011
(*)=Cobreiro ou cobrelo = erupção cutânea causada pelo contato de cobra,
aranha ou sapo nas vestes do paciente, segundo antiga crença popular.
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terça-feira, 10 de julho de 2012
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