Quero-quero
É sentinela avançada
Resquício da luta armada
Que se travou neste pampa
Lembrando bem a estampa
Do destemido guerreiro
Que avistava primeiro
Uma invasão na coxilha;
Pois reproduz a bravura
Dessa lendária figura
Do soldado farroupilha.
Sempre alerta, sinaleiro
Como se fosse escoteiro
Atento a seu compromisso
Jamais dormiu em seu serviço
Pra não perder um conflito
Ganhando, às vezes, no "grito"
Que recebeu de herança;
Porém, se invadirem a casa
Não raro, saca da asa
A mais poderosa lança.
Ave garbosa e valente
Espanta animal ou gente
Que ignore os sinais
Ou, se aproxime, demais
Do filhote em crescimento
Pois, nesse exato momento
Em geral, na primavera
Ao defender o seu ninho
Deixa de ser passarinho
Pra se tornar uma “fera”.

A progressão da família
Depende dessa vigília
Pois são tantos invasores
Inclusive, predadores
Do mundo dos animais
Que desde seus ancestrais
Fustigam a população
Daqueles que a natureza
Foi madrasta, com certeza
Ao dar-lhes ninho no chão.
A.L.Oliveira/ago/2006
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