quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quero-quero



É sentinela avançada
Resquício da luta armada
Que se travou neste pampa
Lembrando bem a estampa
Do destemido guerreiro
Que avistava primeiro
Uma invasão na coxilha;
Pois reproduz a bravura
Dessa lendária figura
Do soldado farroupilha.

Sempre alerta, sinaleiro
Como se fosse escoteiro
Atento a seu compromisso
Jamais dormiu em seu serviço
Pra não perder um conflito
Ganhando, às vezes, no "grito"
Que recebeu de herança;
Porém, se invadirem a casa
Não raro, saca da asa
A mais poderosa lança.

Ave garbosa e valente
Espanta animal ou gente
Que ignore os sinais
Ou, se aproxime, demais
Do filhote em crescimento
Pois, nesse exato momento
Em geral, na primavera
Ao defender o seu ninho
Deixa de ser passarinho
Pra se tornar uma “fera”.


A progressão da família
Depende dessa vigília
Pois são tantos invasores
Inclusive,  predadores
Do mundo dos animais
Que desde seus ancestrais
Fustigam a população
Daqueles que a natureza
Foi madrasta, com certeza
Ao dar-lhes ninho no chão.

A.L.Oliveira/ago/2006

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