terça-feira, 2 de março de 2010

Cinquentenário

Sou índio velho dos pampas
Descendente dos charruas
E já vivo há muitas luas
Neste pedaço de chão
Onde tenho meu galpão
De portas escancaradas
Pois, não precisa tramela
Pra conter uma donzela
Que ali fez sua morada.

Tem gente que até duvida
Mas é real de verdade
Seu nome é Felicidade
Lindaça, alegre e faceira
Uma prenda de primeira
Que chegou de mala e cuia
Se esparramou nos pelegos
E com a força dos chamegos
O azar foi pras cucuias.

Com ela qualquer vivente
Leva a vida numa boa
Canta, dança, ri à-toa
Saltita, até sapateia
E, ninguém faz cara-feia
Na hora da tempestade
Pois, qualquer rancho singelo
Vira palácio, ou castelo
Com amor e boa vontade.


O tempo, velho matreiro
Sempre com pressa demais
Transforma os filhos em pais
Juntando a outras famílias
Pra lhes dar filhos e filhas
Numa seqüência completa
Pois são os netos e netas
Que completam esse tesouro
Com que o Grande Juiz
Presenteia o casal feliz
Que chega às Bodas de Ouro.


A. L. Oliveira/mar/2007


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