quarta-feira, 31 de março de 2010

Irmão Sol, Irmã Lua....

Giovanni di Bernardone, italiano, de Assis (1182)
Teve uma infância feliz, na Úmbria, nos Apeninos
Pouco mais que um menino, já causava estranheza
Ao desprezar a riqueza e também o próprio nome
Pra usar um cognome, que é por demais conhecido
Bem maior que um apelido, foi um título gigantesco
Que fez do Ir. Francesco, nosso grande S. Francisco
Com estátuas, obeliscos, erguidos por todo canto
Em homenagem a um santo, que via nos animais
Seus amigos potenciais, só alegria e encanto.

No início seguiu o pai, um membro da burguesia
Que certamente queria, fazer dele um comerciante,
Foi quando, desafiante, mesmo a fim de protestar,
Intentou ser militar, mas teve pouco sucesso (1206),
Partindo para um processo de afronta à sociedade
Ao andar pela cidade, em frangalhos, maltrapilho,
Um verdadeiro andarilho, tipo franzino e descalço,
Que enfrentou os percalços, bem próprios da região,
Pra levar sua oração, sua palavra e consolo
Diretamente ao miolo, da sofrida população.

Sua mensagem de paz, sempre franca, com certeza,
Mostra amor à natureza e leva a fé às criaturas,
Tudo isso com candura, competência e habilidade;
Cria, junto a outros frades, seus parceiros cotidianos
A Ordem dos Franciscanos, reconhecida no mundo,
Pelo trabalho fecundo, proveitoso e de primeira (1221),
E, ainda, a Ordem Terceira e a das Irmãs Clarissas
Que conservam a premissa, do amor e da humildade,
Como a raiz da verdade, o fundamento, o valor,
Que pregava o fundador, com muita dignidade.

Aos astros se irmanava, no mais fraterno respeito,
A Lua, o Sol, eram aceitos, como todos os demais,
Até mesmo os animais, os tratava como irmãos
E, ao soltar de suas mãos, com redobrado carinho,
Admirava um passarinho voltar aos ares triunfante
Depois do reconfortante aconchego desse amigo,
Que somente negava abrigo, não aceitava, ora veja
Mesmo que fosse da Igreja, algum luxo e opulência,
Pois contrariava a vivência que tinha da religião,
E que, na sua opinião, seria o que o povo almeja.

Antonio Luiz de Oliveira - mai/2005

segunda-feira, 22 de março de 2010

Beija-flor


Beija, beija, beijador,
Veloz como o pensamento
Quando procura alimento
Planando de flor em flor.

E bem justifica o nome
Ao pendurar-se no vento
Pra transformar sua fome
No lindo acontecimento
De um belo gesto de amor.

Voar pra frente e pra atrás
Com tanta graça e beleza
É só uma das proezas
Das outras de que é capaz.

Pois, quando pára no ar,
Por sua própria eficiência
Parece desafiar
Alguma lei da ciência.

Com asinhas coloridas
No tom verde da esperança
Vai levando o pólen da vida
Além do que o bico alcança.

E as flores, agradecidas,
Respondem com melhor fruto
A mais um dos atributos
Dessa ave abençoada.


A.L.Oliveira/mar/2008

segunda-feira, 8 de março de 2010

Echolink

Cumprimentos ao amigo
Colega, radioamador
Que dá hoje ao computador
Mais a nobre finalidade
De levar fraternidade
Aos irmãos e companheiros
Nacionais, ou, estrangeiros
De qualquer parte do mundo
O que faz em um segundo
Se não fizer mais ligeiro.

A demora não tem vez
Na vastidão da Internet
Onde a rapidez reflete
Que a vida anda depressa
E, nova etapa começa
Pra vários operadores
Pois, trocam transceptores
Por outros equipamentos
Modernos, grandes inventos
Mas, deixam velhos amores.

A quebra de afinidade
Com nosso antigo equipo
Na minha idéia, antecipo
Faz perder-se não apenas
O trato com as antenas
Mas, também, a tradição
De falar-se em propagação
Estacionárias, sinais
Por vezes, os principais
Assuntos da transmissão.

Cedo ou tarde esqueceremos
Os debates, as experiências
Que fizeram das freqüências
Escola e campo de provas
Pois essas invenções novas
Dentre as quais o celular
Chegaram aqui pra ficar
Criando um vazio gigante
No serviço mais importante
Do rádio, em particular.


A.L.Oliveira/PY3AL/mai/2007


Echolink = programa que permite comunicação em fonia,
direta ou compartilhada, entre radioamadores de todo mundo
via internet.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Lúcia, my darling


(Primeira comunhão)

É tão meiga e graciosa
Como se fosse uma rosa
Que Deus nos deu com carinho.

Seu sorriso cativante,
Que encanta os pais e avós,
É um presente de brilhante
Que um anjo trouxe pra nós.

E, como provém do Céu,
Com certeza Gabriel
Foi condutor desse anjinho.

Hoje segue o caminho certo,
Busca a Verdade e a Luz;
Pois, quem encontra Jesus,
Achará ambas por perto.

(Beijos do vovô e da vovó,
Nós te amamos querida).

A.L.Oliveira-jun/2009

terça-feira, 2 de março de 2010

Cinquentenário

Sou índio velho dos pampas
Descendente dos charruas
E já vivo há muitas luas
Neste pedaço de chão
Onde tenho meu galpão
De portas escancaradas
Pois, não precisa tramela
Pra conter uma donzela
Que ali fez sua morada.

Tem gente que até duvida
Mas é real de verdade
Seu nome é Felicidade
Lindaça, alegre e faceira
Uma prenda de primeira
Que chegou de mala e cuia
Se esparramou nos pelegos
E com a força dos chamegos
O azar foi pras cucuias.

Com ela qualquer vivente
Leva a vida numa boa
Canta, dança, ri à-toa
Saltita, até sapateia
E, ninguém faz cara-feia
Na hora da tempestade
Pois, qualquer rancho singelo
Vira palácio, ou castelo
Com amor e boa vontade.


O tempo, velho matreiro
Sempre com pressa demais
Transforma os filhos em pais
Juntando a outras famílias
Pra lhes dar filhos e filhas
Numa seqüência completa
Pois são os netos e netas
Que completam esse tesouro
Com que o Grande Juiz
Presenteia o casal feliz
Que chega às Bodas de Ouro.


A. L. Oliveira/mar/2007