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Velho baú de memórias
Recheado de histórias
Tão antigas quanto o dono
Mas, também, ao abandono
Tem hoje a mesma desdita
E alguns dilemas cruéis
Por não dispor dos papéis
Aonde foram escritas.
Ambos fechados por dentro
Constituem o epicentro
De discussões muito duras:
Pois, um tem a fechadura
Completamente emperrada
E, o outro, de tanto uso
Mais parece um parafuso
Com a cabeça enferrujada.
Se não contas, não te conto
É este mesmo o confronto
Num desfilar de lamentos
Entre dois velhos birrentos
Que já perderam a esperança:
Só falam se perguntados
Ou, então, ficam calados
Enquanto a idade avança.
O registro, às vezes, some
Ao precisarem do nome
De um amigo ou conhecido
Confessando, desenxabidos:
Desculpa, me deu “um branco”
Pois, quase ao final da estória
Em geral, volta a memória
De novo, a pegar no tranco.
E, assim, vão levando a vida
Nesse andar de despedida
De um mundo sem piedade
Onde a tal “melhor idade”
Não passa de uma falácia
Talvez, um termo jocoso
Pra não dizer que o idoso
É um “amante da farmácia”.
A.L.Oliveira/set/2008
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
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