quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Canta, Canta, Sabiá

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Na madrugada, antes do raiar do dia
A sinfonia, nas manhãs de primavera
Não é quimera, é real, pura verdade
Quando a cidade ouve a linda serenata
Vinda da mata, gravada ao vivo por lá
No bico do sabiá, hoje morador urbano
Que a cada ano vem à guisa de acalanto
Unir seu canto ao quadro raro da beleza
Que a natureza, oferece ao ser humano.

Talvez como eu, também ele um retirante
Que vaga errante à procura de seu lar
Hoje, ao lembrar, fique triste, magoado
Já que o roçado da origem de seus pais
Não existe mais da mesma forma e jeito
Tal como foi feito, com engenho e arte
Sendo um estandarte bordado a esmero
Que tinha o tempero e a aura do amor
Cujo resplendor se via em toda parte.

Quem sabe, agora, só se espanta o tédio
Não há mais remédio, nem há retrocesso
Coisas do progresso, que só vai à frente
Deserdando a gente de quaisquer apegos
Pra buscar empregos, novas oportunidades
Nas grandes cidades, onde a convivência
Pede mais prudência, exige mais coragem
Pois a bandidagem, especialmente à noite
Aplica seu açoite, com mais violência.

Cantemos parceiro, porém, mais baixinho
Pra ocultar o ninho, de algum malfeitor
Ante o desamor que têm certas pessoas
Que só tecem loas a quem faz maldade
Infligem crueldade a homens e animais
Apóiam marginais e brigam por bandidos
Sempre absolvidos, por “ um tal direito”
Que trata o sujeito que prefere o mal
Como sendo igual aos mais comedidos.


A.L.Oliveira/out/20
05
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